quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Soneto do Zé Alguem

A humildade e a nobreza
Qual o real e a realeza
Seja em que medida for
Podem ter o mesmo preço
Mas jamais mesmo valor

Pão que mata a nossa fome
Iguala ao chão, mulher e homem
Mesma dor, mesmo sorrir
Mesmo odor, mesma ferida
Mesmo pó de ir e vir

Veja os seus dentes caninos
Qual a boca dos felinos
Instintivo ou racional
Quem você é afinal
Animal, mau, mau, mau!

Pra que serve tanta idéia
Animal saber falar
Se o que tanto alardeia
Mata, quebra, incendeia
Sua casa, nosso lar


Não adianta ser esnobe
Ser um deus ou mais além
Se a mão da avareza
Não prende o rio à correnteza
Nem faz alguém amar ninguém

Então veja, oh pobre homem
Ao revés da sua sorte
Saber seu fim, sua própria morte
Logo após o seu adeus
Lá no céu rever os seus

E por fim dessa peleja
Pra acabar com a falação
Olhe ao longe pra esquina
Aquele lá que te azucrina
É seu igual, é seu irmão.

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