sábado, 24 de outubro de 2009

Será que o Amor Existe ?

Desde os tempos imemoriais o amor tem sido tema e motivação para a vida de muitos de nós, seres humanos. Das violas dos boêmios às causas ecológicas, passando pelas pautas dos poetas e pelos apelos sinceros dos enamorados, ele é o combustível que nos leva, que nos conduz e que nos fortifica. Tamanho o seu significado, que palavras não são suficientes para exprimi-lo. Ao dizer, Deus é amor, estamos buscando a definição no indefinido, em mais um paradoxo típico da sua existência.

Pois então, não é que os cientistas encafifados com tamanha enormidade do tema estão buscando explicações para o inexplicável ? Os novos experimentos com a neurociência tem tentado buscar as origens deste sentimento arrebatador e com isto também explicar o por quê dele acabar ? Se achamos o ser amado, que de tão amado nos provoca dor a sua perda, por que então, de repente, ele acaba ? Por que buscamos outro amor quando tínhamos o perfeito ao nosso lado ?
Dos seus diversos tipos, temos o Amor que prende e protege e o Amor que liberta e incentiva, temos o Amor que nada quer e o Amor que tudo deseja. Então, se quem ama Liberta quem protege não Ama ? Vá dizer isto a uma amantíssima mãe! O Amor tem razões que a própria razão desconhece e isto o faz de fato um grande desafio ideológico.

Vamos começar então pelos cientistas. O que eles descobriram ? Andréas Bartels e Semir Zeki da University College, em Londres, no ano 2000 localizaram uma área no cérebro que é ativada pelo amor romântico. Eles examinaram estudantes que disseram estar muito apaixonados, fizeram ressonância magnética de seus cérebros, localizando uma pequena área muito ativada, diferente da que era ativada quando há só amizade normal. Viram, também, que esta área era diferente da ativada quando a pessoa sente outras emoções, como medo e raiva.

As regiões do cérebro ativadas pelo amor romântico são também responsáveis pela euforia induzida por drogas como a cocaína. O cérebro das pessoas apaixonadas, o estudo mostrou, não parece com o das pessoas experimentando sentimentos fortes, mas como o das que cheiram cocaína. A conclusão dos cientistas é que a paixão usa mecanismos do sistema nervoso que são ativados durante o processo de formar uma dependência química (adicção). Daí o Dr.Larry Young, pesquisador na área de ligações sociais na Emory University, em Atlanta, na Geórgia, falando das pessoas apaixonadas, disse: “Nós estamos literalmente adictos (drogados) ao amor.”

É interessante notar que nessas regiões há células neurais que se comunicam através da substância mensageira, a dopamina, e reagem de forma sensível àquilo que causa bem-estar – como alimentos saborosos, por exemplo – ou mesmo à possibilidade de experimentá-los. O fato de a paixão estar relacionada a esse “sistema de recompensa”, indica que o que estamos habituados a chamar de “sentimento” talvez seja, na verdade, um “estado de motivação” para a busca de algo – comparável à fome, que nos leva a buscar e consumir alimentos. Se pensarmos assim, o cenário fica menos romântico. Afinal, talvez não nos apaixonemos (como muitas vezes gostamos de pensar) em razão de uma trama bem engendrada do destino ou dos belos olhos do outro, de seu charme e de sua sensualidade. Sob essa óptica o encantamento se vale, antes, de mecanismos neurológicos cuja função é aplacar uma necessidade biológica. E garantir a sobrevivência da melhor forma possível.

Neste sentido, a canção “O meu vício é você” talvez relate muito mais o verdadeiro Amor do que “Eu te amo Eu te amo” escrita e cantada pelo Rei Roberto. O Amor é algo que nos aproxima, nos atrai que nos faz ficar juntos para proteger as nossas crias e que nos abandona quando o ciclo da vida se completa, nos preparando para um novo ciclo De Amor. E pasmem, este ciclo dura de 18 a 30 meses, ou seja, se após 2 anos e meio de relacionamento amoroso o seu par lhe disser que te ama, saiba que a natureza lhes foi pródiga e lhes deu mais um tempo. Outros hormônios, como a oxitocina agirão para fazer com que os pombinhos fiquem juntos por mais tempo.

Só que tudo isto é fruto da perfeição dos seres humanos. O Amor salta aos processos químicos e por ser tão grande, supera os limites impostos pelo seu criador tornando-se algo que é imaterial, concreto e sem limites. O Amor é um Paradoxo que se explica quando se sente, mas que não pode ser escrito em palavras, como aqui tento fazer. O fato é que, com hormônios ou sem hormônios, é o Amor o sentimento transformador, pleno, que é captado pelos sensíveis aptos a sentirem a sua presença e a vestirem o seu manto de humanidade e prazer.

Sim meus amigos, o Amor existe!, mesmo que finito, posto que é chama, mas imortal enquanto dure!” Ah! Meu poeta!. Prá que cientistas se tivemos você ?