terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pior do que Está não Fica!

Com este slogan, mais um candidato ao legislativo se apresenta ao eleitorado. Com a sapiencia de um humorista e a desfacatez de um bom político, ele insinua a verdade com o tom de enganar. Se posicionando como uma chacota fica a merce daqueles que, como eu, já não suportam mais ouvir os “meus irmãos e minhas irmãs”, “companheiros e companheiras”, “isto é para todos e todas (SIC)”. Por revolta, votemos no Tiririca, pois pior do que está não fica!

Tenho cumprido a minha agenda de eleitor e buscado nos programas algo de novo, de inteligente, de possivel, e confesso abobalhado de que a minha busca ainda não resultou em nenhum sucesso. Ou estou ouvindo os programas errados ou a coisa está de fato feia. Irmãos dos “Irmãos e Irmãs”, que tem nojo de apertar-lhes as mãos, falam como pobres, agem como pobres, e pensam pobremente sobre os pobres. Assim pensam se igualar aos pobres de fato conseguindo deles o seu precioso voto. Nada se fala de educação, de saúde, de segurança, temas fundamentais para o desenvolvimento de qualquer pais. Estes assuntos são tratados no genérico (SAUDE, EDUCAÇÃO), estão em todos os papeis e folders mas, em lugar nenhum, aparecem propostas concretas para mudar o que ai se encontra.

O tão falado “Bolsa Familia” é um programa que se tornou a razão de ser do brasileiro. Tem trabalhador pedindo demissão, pois ganhará mais na ociosidade do que trabalhando por um país que quer crescer. O ex-presidente Fernando Henrique predizia “Não sejamos vagabundos em um país de pobres e miseráveis”, obviamente se referindo na época aos aposentados, valendo hoje como um brado da população que pensa e que trabalha por este país.

O que os “novos brasileiros” não podem esquecer é que eles são novos porque os bancos estão cheios de dinheiro, as indústrias estão contratando mais, o comércio idem, e isto não tem o dedo do governo na forma de esmolas. É trabalho da classe empreendedora que faz acontecer. Estes novos brasileiros, agora paparicados por sua ignorancia e incapacidade de discernir entre o certo e o errado, aguardam a próxima oportunidade de receber mais um trocado de graça, como se dinheiro nacesse em árvore e de um processo de geração espontânea. Estes brasileiros não construirão um novo Brasil sem que haja mudança de comportamento, posicionamento, capacitação e atitude. Os brasileiros que hoje constroem o país, não decidem mais nada, são apenas observadores atonitos de um show de horrores.

Para completar a ladainha vem a tal da politização do Estado que, tal qual sailtre, corroe as estruturas do poder, tornando-o um gigante inchado e triste, com poucas chances de recuperação. O passado foi esquecido e a luta de classe perdeu o sentido. Os antigos combatentes do sistema hoje são cooptados por ofertas mixurucas, bem a altura dos seus anseios pessoais. Não há oposição para os desmandos e, ao contrário, a catarse coletiva com a mediocridade levará o país à estagnação,o qual,depois, ao lixo, será devolvido a outros grupos ansiosos de poder para que assim, ao virar o jogo, os que hoje babam ante ao discurso popularesco, venham às ruas protestar, brigar por mais direitos, como filmes que já assistimos no passado.

É amigo Tiririca, é por tudo isto e mais voce que eu posso afirmar: Tenha certeza que pior sempre fica!

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